segunda-feira, 25 de julho de 2011

Minha Sampa

Eu acredito que a gente passa boa parte da vida procurando um lugar que seja nosso, um lugar onde pareçamos estar inteiros. Pelo menos é a impressão que tenho.
Sempre ouço as pessoas dizerem algo como "nada como a casa da gente" ou "nada como um feriado no campo" ou ainda "nada como um fim de semana no litoral". Ou seja, essa busca por um lugar onde as nossas energias são renovadas, onde, quem sabe, a esperança ressurja. Algumas pessoas voltam completamente energizadas das montanhas, outras do litoral, outras do campo e outras ainda de um bar, uma biblioteca, da casa dos pais. Eu renovo as minhas energias em São Paulo.
Nasci naquela cidade que para mim é linda, completa. Saí de lá há muitos anos, quando ainda não podia fazer minhas opções, e nunca mais voltei. Já larguei tudo muitas vezes, mas ainda não larguei tudo para voltar para casa e confesso que não sei bem o porquê. Às vezes penso que pode ser pelo medo de ver minha terra encantada se dissolver frente à dureza da vida, das almas cansadas, das lágrimas, das dores. De longe, tudo é lindo e perfeito. Por pouco tempo é minha terra prometida. E tenho, sim, medo de acabar com tudo isso.
Por outro lado, a sensação única que me toma o corpo toda a vez que estou chegando lá... É algo tão mágico que tenho medo de nunca mais sentir. Não há nada que possa substituir esse sentimento, nem há palavras para explicar o que sinto. E o que vem quando preciso voltar é a dor. A dor de separar-me de minha mãe-terra.
Como em breve estarei levando minhas baterias para recarregar, não pude deixar de expressar o maior amor por aquela que desperta tantos sentimentos controversos nas pessoas: a minha cidade, a minha terra da garoa, a minha casa, minha Sampa.

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