segunda-feira, 25 de julho de 2011

Abstinência

Há alguns dias sem livros, minha cabeça começa a não funcionar mais direito.
Tenho as revistas que assino, os sites, as redes de relacionamento, as páginas de notícias e os de livros online, enfim, uma série de opções, mas meu cérebro não aceita esses "genéricos". Para ele, concebido e aprimorado através dos métodos tradicionais (risos) a coisa só faz sentido através do bom e velho livro. Quando eu pego um livro, não importa do que se trata, eu sinto a história dele, sinto a vida que pulsa nele e através dele. O computador não tem essas coisas, é artificial demais, frio demais. Você não desliga um livro, você o fecha e o deixa de lado, e ele fica ali, olhando você, te encarando até que te vence e você volta à leitura. O computador obedece fria e secamente ao comando de desligar.
As minhas ideias continuam aqui, brotam feito as pragas do jardim, sem necessitar de qualquer cuidado, mas elas parecem frágeis, meu corpo parece frágil, minha inspiração... É como se sem os livros o imenso universo que existe para mim se tornasse menos real, envolto na névoa, fugindo de mim a uma velocidade que não posso acompanhar.
Essa sensação deve ser como a de não pensar mais, só que de maneira angustiante. É quase como sentir falta de ar. Os livros são alimentos para mim. E essa fase de abstinência é sofrida, é doída, é triste.
Mas é uma das poucas formas de me forçar a encarar as coisas que não estão escritas numa folha de papel e tentar me interessar por elas. Se sairei da experiência com a sanidade intacta ainda é um mistério, mas estou quase descobrindo o significado de "paciência de Jó", e isso já deve ser bom.

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