domingo, 6 de novembro de 2011

Hay días que no sé lo que me pasa...





Há dias em que realmente não sei o que se passa, porque parece que tudo anda tão mal. Em alguns dias tudo parece correr bem, tudo parece ser "normal". Em outros, no entanto, a dor de viver cresce desmesuradamente. A canção na qual se ouve "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é" explica bem esse sentimento. Sim, a dor de viver!



Busco, freneticamente, aplacar toda essa dor, essa confusão aprendendo coisas novas ou tornando novas as coisas velhas, aprendendo a olhar tudo com um novo olhar, lutando contra o que parece ser mais forte que eu. Culinária, artesanato, leituras, animais, conversas, encontros, passeios. Tudo é cuidadosamente avaliado na intenção de fazer do dia uma coisa menos desesperadora, menos angustiante. E, às vezes, até consigo.



Passo longas horas rindo, brincando e concentrada numa nova tarefa, ou numa velha tarefa. Concentrada nos novos olhares sobre as coisas de todo dia. Noutros, porém, por mais que não me dê conta, sou pega presa num passado que nem tenho certeza de ter existido. Ou num presente que deixa de existir, porque não vivido.



As lágrimas misturam-se com a água do banho, ou nas ruas, com a chuva. Molham o travesseiro, aliviam e lançam dúvidas, medos e às vezes esperança.



O difícil equilíbrio! Se houvesse um manual de viver talvez me fosse de grande ajuda. Por outro lado, poderíamos ter experiências genuínas de amor quando seguimos uma cartilha? E o que torna a vida tão terrivelmente profunda - em dores e em alegria - seria esse mesmo amor? O que não nos contam nos preserva ou nos priva?



Há dias como hoje, em que muitas músicas parecem falar para mim, diretamente; em que por mais se tente, não se consegue sair do mesmo lugar.