domingo, 27 de junho de 2010

Um minuto

Não é que faltem ideias! Não! Elas brotam com uma rapidez incrível. Penso que ás vezes falta mesmo é inspiração.
A inspiração que teima em chegar e não ficar, que insiste em partir ao menor sinal de decisão de escrever.
As ideias estão todas aqui, fortes e a cada dia se tornando mais claras, quase palpáveis.
Acontece que de repente elas fogem, como se a coragem de expô-las escorresse por entre os dedos.
Deito em minha cama, apoio a cabeça no travesseiro e, como num sonho que sonho acordada, elas surgem. Inundam meu quarto, remodelam a realidade, colorem tudo à minha volta...
Por mais que eu tente segurá-las, mostro-me incapaz de fazê-lo.
E dói. Dói a mesma dor da perda de um ente querido, a mesma dor de uma parte perdida, pois ainda que não me tenha deixado para sempre, compreendo que de dentro de mim, este filho não deseja sair.