sábado, 2 de outubro de 2010

Neshamah

E começou a sonhar.
Em seus cabelos o forte vento trazia à mente aquele perfume penetrante. Parecia às vezes sair de sua própria pele.
Para frente a incerteza, para trás o desconhecido. Corria, e a única coisa que parecia importar era aquele perfume.
Seus pés pisavam a areia fofa e seca.
Seu coração batia apressado e forte em seu peito. Quase era possível ouvi-lo. Nos olhos, a esperança.
E na alma, a certeza de que fazia a coisa certa.
Naquelas terras estranhas, com aquele perfume preso à própria existência, dedicou-se apenas a esquecer. Esquecer tudo o que vivera até aquele instante. Todas as alegrias e todas as tristezas. O barro mesmo do qual fora feita.
O céu era brilhantemente colorido. Bem como agora, seu sorriso.
E abriu os braços. E recebeu radiante, mais uma vez, o abraço do vento.
Tentou olhar para trás. O que viu não se sabe. Havia, naquele momento mágico, feito sua escolha para sempre.
E decidiu sonhar...


Nenhum comentário:

Postar um comentário