sábado, 3 de julho de 2010

O corpo em choque


Você pensa estar preparado. Parece que nada mais poderá te pegar de surpresa.
Você se considera uma pessoa precavida, já passou muitas noites imaginando diversas coisas, boas e ruins, que poderiam acontecer a você ou a pessoas próximas a você.
Nada mais parece te pegar desprevenido...
Até que você olha pela janela da sua casa e toma um susto!!!
A primeira reação é... não ter reação alguma. As pernas começam a tremer, as mãos também e o seu cérebro não processa nada de maneira que você considere coerente. Alguns barulhos à sua volta somem, alguns outros parecem ficar alarmantemente altos.
Os músculos tensos, a respiração acelerada.
Demora um pouco - que te parece uma eternidade - para tudo ir voltando ao normal e você poder dar o primeiro passo rumo à porta e descobrir o que aconteceu.
Vai, lentamente e se perguntando como é que todas aquelas horas de "treinamento" puderam ser tão estúpidas, já que agora, diante do problema real você fica assim...
Aos poucos a respiração volta ao normal. Parece que você enfim retoma o controle sobre você mesmo. Parece.
Quando enfim percebe que as coisas não foram tão ruins quanto poderia ter sido, até é possível sorrir e respirar aliviado, mas tão logo fique sozinho, as mãos perderão - ainda que por alguns minutos - a força habitual.
Qualquer demora no contato parece infinita. Todos os teus contatos parecem off-line e é assim que você gostaria de estar também: in off.
Um contato. Um pouco mais de alívio, e inúmeras idéias estapafúrdias passam pela sua mente quase em branco.
Um café, um cigarro. O relógio. A tv desligada. Só o ronronar de uns gatos, o barulho do PC ligado. Além disso, o silêncio absoluto.
Sábado, três de julho. Um dia verdadeiramente tenso. Um prejuízo grande despejado na garagem. Aquela pessoa aguardando atendimento. Um telefonema atendido. A irmã indo ao casamento não pode falar com você. Mas agora está tudo bem. Espero...

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