sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Para ela

Sabe aquele olhar cativante? Aquele que só de ver você sabe que pertence a uma pessoa apaixonada? Pois é. Há alguns meses me deparei com um desses.
Foi numa sala de aula. Numa segunda-feira. Lá estava ela, com uma suavidade ao falar, um brilho intenso no olhar que fazia impossível não apreciar aquilo tudo.
Não cheguei a lhe dizer a importância que aquilo teve para mim, mas espero que em meu próprio olhar tenho sido possível perceber.
Aquela mulher, a cada semana, mesmo cansada e atarefada, demonstrava em seus gestos, suas palavras e naquele incrível brilho no olhar a sua paixão.
Paixão contagiante.
Não que fosse tudo um mar de rosas, como dizem por aí. Muito pelo contrário. Às vezes aqueles olhos traziam uma coisa estranha, um ar cinza, que eu não soube identificar como medo, tristeza, desesperança ou que quer que fosse...
Por maior que fosse sua própria paixão pelo que estava fazendo, algumas vezes seus olhos marejavam. Não porque o que fizesse não fosse por si só digno de prêmios, mas porque, embora em minha opinião aquilo de certa forma a alimentasse, faltava algo.
Faltava gente para apreciar aquilo tudo. Apreciar aquele brilho, aquela intensidade, aquele amor.
E muitas vezes, quando nos dedicamos para que outros sintam o que sentimos, a alegria, a satisfação que sentimos, mas parecemos invisíveis aos seus olhos, nosso próprio olhar é coberto - ainda que temporariamente - por uma nuvenzinha, de medo, de dúvida, de um quê que não sei bem como chamar.
E foi assim que encontrei aqueles olhos nas últimas segundas-feiras. Quase vazios. Vazios para aqueles que ao longo dos meses não aprenderam que aquela era apenas mais uma maneira de mostrar o amor que tinha (e tem).
Para mim, deixou imensas saudades. Imensas alegrias. E um crescente desejo de possuir o mesmo brilho no olhar.


Para Marlene, que não me ensinou apenas uma matéria, mas também uma nova forma de olhar.

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